A Gazprom, estatal de gás natural da Rússia, disse que o principal gasoduto da Europa não pode reabrir neste sábado conforme o planejado devido a um novo problema técnico, descoberto durante a manutenção que ocorreu nesta semana.

A escassez de gás vinda da Rússia, hoje, tem sido o principal motor do processo de estagflação enfrentado no continente europeu. Ao mesmo tempo em que a inflação disparada, a atividade econômica vai sendo colocada à beira da recessão antes mesmo de os juros subirem o que devem subir daqui em diante por lá.

O Nord Stream 1 fechou para inspeção de três dias da única turbina que ainda estava em funcionamento, com promessa da Rússia de retomar o fluxo após o período. Desde o início da guerra e das sanções ocidentais contra a Rússia, Moscou vem reduzindo os envios de gás natural para a Europa, que estava em 20% de sua capacidade total nas últimas semanas.

Segundo a Gazprom, um vazamento de óleo foi detectado na única turbina a gás em funcionamento no gasoduto, impedindo que ela seja reaberta dentro do prazo estabelecido. A empresa disse que só vai retomar os envios após resolver o problema, mas não deu um prazo para o retorno.

A falta de perspectiva sobre o retorno do fluxo de gás da Rússia para a Europa marca nova escalada nas disputas de energia que Moscou vem travando com a Europa em retaliação às sanções impostas por conta da invasão da Ucrânia.

Apesar de a União Europeia ter dito que está dois meses adiantada em sua meta de preencher reservatórios de gás para o inverno, um corte total do fornecimento russo pode fazer disparar os preços de energia no continente, colocando em cheque a segurança energética dos países durante o inverno, período de maior consumo de energia por conta da exigência de calefação.